8 maneiras de governos enfrentarem as mudanças climáticas

Os governos devem proteger os ecossistemas essenciais para a luta contra as mudanças climáticas:

Como indivíduos, sabemos das pequenas ações que podemos tomar para ajudar a reduzir as emissões que causam as mudanças climáticas. Mas o que nossos governos podem e devem fazer, visto que suas ações em larga escala são fundamentais para o bem-estar de seu povo?

As altas taxas de emissão de gases de efeito estufa, aliadas à degradação ambiental e à super exploração dos recursos naturais, nos colocam em uma corrida contra o tempo.  E 97% dos cientistas concordam que a mudança climática é resultado das atividades humanas. E se não conseguirmos parar o aquecimento global em breve, as transformações serão difíceis de enfrentar.

Mas o que os governos podem fazer?

Neste post, trouxemos 8 medidas que podem ser discutidas e implementadas para auxiliar a administração pública a enfrentar a crise climática e promover um futuro melhor para todos.

COMO GOVERNOS PODEM REDUZIR AS EMISSÕES E ATUAR NO COMBATE AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Durante as conferências climáticas das Nações Unidas (COP) os líderes globais se reúnem para discutir ações que podem ser tomadas para ajudar a prevenir e se preparar melhor para as transformações no clima.

Como indivíduos, a maioria de nós entende o que podemos fazer para reduzir as emissões: economizar energia, usar menos o carro, reciclar mais, fazer melhores escolhas de consumo e praticar o planejamento familiar.

Mas o que nossos governos podem fazer? Discutir a sua contribuição é falar de medidas desafiadoras mas essenciais que são vitais para garantir um futuro melhor para todos.

1. PROTEJA E RESTAURE OS PRINCIPAIS ECOSSISTEMAS

O respeito pela natureza é fundamental. Os governos devem proteger os ecossistemas essenciais para a luta contra as mudanças climáticas: rios, pântanos, oceanos, florestas e manguezais absorvem grandes quantidades de carbono, retardando o aquecimento. Esses ambientes também servem como barreira contra tempestades tropicais e absorvem o excesso de água das inundações, ambos eventos climáticos extremos acentuados pelas mudanças climáticas.

Em termos de conservação e restauração, existe uma corrida contra o tempo, pois o mundo já começou a testemunhar fenômenos naturais alarmantes, as florestas estão perdendo a capacidade de absorver carbono.

2. APOIE OS PEQUENOS PRODUTORES AGRÍCOLAS

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a indústria da carne é responsável por 15 a 18% de todas as emissões de gases de efeito estufa, superando até mesmo as do setor de transporte. Além disso, é a fonte mais significativa de uso e contaminação da água no mundo. Hoje, 80% de toda a produção agrícola é destinada à alimentação de animais e não de pessoas. A expansão da terra para o gado e das culturas para alimentá-lo é a causa mais significativa do desmatamento na Amazônia.

Os governos podem fazer a diferença apoiando pequenos produtores locais que, ao contrário de grandes fazendas industriais, empregam práticas sustentáveis, se preocupam com a restauração de terras, beneficiam comunidades próximas e tornam animais e culturas mais resilientes às mudanças climáticas. É menos sobre todos se tornarem vegetarianos, mas mais sobre apoiar aqueles que produzem alimentos com respeito pela natureza.

3. PROMOVA A ENERGIA VERDE

Cerca de 35% de todas as emissões globais vêm da produção de energia. Mas, à medida que os países apostam em mais desenvolvimento, também investem em mais produção de energia. Enquanto as energias termelétricas e hidrelétricas foram consideradas as opções mais baratas, os desenvolvimentos tecnológicos nos permitiram encontrar alternativas melhores, mais baratas e mais eficientes.

Com um planejamento adequado de longo prazo, as nações podem evitar antigas fontes de energia agravantes do clima (a hidrelétrica não é verde) e optar por pequenos projetos eólicos, solares, geotérmicos, oceânicos e outros que se adaptem às características únicas de um lugar.

O melhor é apostar em uma matriz diversificada, priorizando projetos próximos a locais onde as pessoas precisam de energia, economizando perdas e infraestrutura. Priorizar sempre a proteção da natureza. Toda ação, política pública ou estratégia deve ser analisada com a natureza em mente, e a produção de energia é um bom ponto de partida.

4. INCLUA TODOS OS SETORES

A responsabilidade pela ação climática não deve ser atribuída a um ministério, secretaria ou departamento. Os gabinetes devem ter a tarefa de coordenar a ação climática em todas as áreas do governo, exigindo que cada setor demonstre progresso.

O Ministério dos Transportes do Reino Unido, por exemplo, atualmente pode presumir que os aumentos nas emissões de transporte serão compensados por reduções em outras partes da economia. Com a configuração proposta, seria necessário mostrar como as políticas contribuiriam para a redução das emissões.

5. TRAGA A POPULAÇÃO PARA A TRANSIÇÃO DO CARBONO ZERO

Envolva e engaje as pessoas na transição para o carbono zero. Pesquisas mostram que impor políticas climáticas de isolada, evitando discussões abertas e assumindo que os especialistas sabem melhor, é uma ação antidemocrática e tem muitas chances de não dar certo.

A ação climática deve ser vista como uma negociação constante entre cidadão e estado – um contrato social. Estudos mostram que as pessoas estão dispostas a fazer mudanças em suas próprias vidas se virem isso como parte de um esforço nacional mais amplo para reduzir as emissões.

Mais uso de formas participativas de política, como assembleias de cidadãos, poderia ajudar a desenvolver estratégias climáticas que envolvam, em vez de ignorar, a população. Também é importante trabalhar em estreita colaboração com as comunidades que, de outra forma, perderiam com a ação climática, como os trabalhadores do setor de minério e petróleo, a fim de oferecer uma “transição justa”, livre de carbono. Isso significa apoio abrangente, não apenas uma vaga promessa de empregos verdes.

6. IMPLEMENTE POLITICAS REAIS

Outra medida é a implementação das chamadas “políticas simbólicas” – ou seja, políticas com impactos tangíveis que ampliem a iniciativa da ação climática. Elas engajam os cidadãos e enviam às empresas uma mensagem clara sobre qual clima de investimento esperar no futuro, catalisando mudanças radicais, em vez de incrementais.

O direito de gerar e vender energia renovável em casa ou na comunidade pode ser uma dessas políticas. A proibição da publicidade de carros a gasolina e diesel, que muitos países estão eliminando, seria outra. Uma garantia de empregos verdes, também chamaria a atenção.

7. COMBATA OS POLUENTES CLIMÁTICOS DE CURTA DURAÇÃO

O dióxido de carbono (CO2) é o gás de efeito estufa que mais contribui para o aquecimento global. Como permanece na atmosfera por séculos (até milênios), mesmo que parássemos todas as suas fontes de emissões hoje, os efeitos das mudanças climáticas continuariam.

Uma notícia mais confortante, é que existem outros contaminantes que contribuem e duram apenas alguns dias ou anos na atmosfera. Eles são conhecidos como poluentes climáticos de curta duração e são responsáveis por 30 a 45% das emissões que causam o aquecimento global.

Esses poluentes incluem carbono negro (fuligem), metano, ozônio e os hidrofluorocarbonetos encontrados em refrigerantes. Seu controle efetivo, por meio de políticas e regulamentações nacionais, poderia acelerar a luta contra a crise do clima no curto prazo. Além disso, por causarem grave poluição do ar, medidas para mitigá-los beneficiariam diretamente a saúde humana.

8. APOSTE NA ADAPTAÇÃO, NÃO APENAS NA MITIGAÇÃO

Na luta contra as mudanças climáticas, o trabalho que visa reduzir as emissões, interromper seus efeitos e diminuir as consequências futuras é conhecido como mitigação. É importante. No entanto, algumas comunidades já estão sofrendo consequências trágicas devido os efeitos de curto prazo. Portanto, também devemos agir para prevenir catástrofes, aumentar a resiliência e reduzir a vulnerabilidade, o que é conhecido como adaptação.

Projetos de mitigação de emissões são mais atrativos financeiramente do que aqueles projetados para adaptação. Mas é importante reconhecer o fato de que os impactos das mudanças climáticas já são uma realidade grave para muitos.

Dessa forma e a partir dessas iniciativas, os governos devem apoiar essas discussões e se comprometer com o uso eficaz dos recursos, para que suas comunidades possam estar melhor preparadas e ajudar a prevenir maiores mudanças no clima.

Leia também: Último relatório do IPCC pede urgência nas ações climáticas: confira! 

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