Mudanças climáticas: como as cidades estão reagindo a elas?

Evidências científicas indicam que o planeta está aquecendo e a ação humana gera impacto profundo sobre esse contexto. Os estudos apontam que as emissões antropogênicas de Gases do Efeito Estufa (GEE) são uma das principais causas da elevação da temperatura desde meados do século XX, e as cidades são consideradas os principais contribuintes dessas emissões. 

Atualmente, elas consomem mais da metade da energia primária mundial com o consequente lançamento de gases do efeito estufa – e isso contribui significativamente para o agravamento do aquecimento global.

Diante desse cenário, as cidades estão em uma posição única no que diz respeito às mudanças climáticas. E da mesma forma em que são as maiores fontes de projeções de gases em todo o mundo, também são altamente vulneráveis ​​às suas consequências. 

Neste post, mostraremos como os planejadores urbanos estão lidando com os efeitos das mudanças climáticas nas cidades. 

Riscos das mudanças climáticas para as cidades 

De acordo com um relatório da C40 Cities, 70% das cidades de todo o mundo já lidam com os efeitos das mudanças climáticas, e quase todas enfrentam algum tipo de risco. Mas não podemos esquecer que as cidades  também são agentes de mudança potencialmente poderosos. كيف تربح في البوكر  

A política em nível nacional foi extremamente lenta na maioria dos países, mas as áreas urbanas têm autoridade para fazer mudanças significativas no uso e zoneamento do solo, transporte, espaço verde e política energética.

Grandes cidades como Nova York e Tóquio estão trabalhando em planos diretores ambientais ambiciosos, mas cidades menores também têm um papel a desempenhar. Na Dinamarca, lugares como Copenhague estão aproveitando com sucesso a energia eólica variável – parte de um esforço para se tornar a primeira cidade neutra em carbono até 2025. لعبة مباشر

Agora, a Agência de Energia Dinamarquesa está exportando esse know-how para a China e, quando tais soluções forem ampliadas para um nível nacional ou global, o impacto pode ser imenso.

No Brasil, por exemplo, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA-DF) do Distrito Federal – região que abriga Brasília, a capital do país – criou o Sistema Distrital de Informações Ambientais – SISDIA  –  uma ferramenta pública e gratuita que busca, de forma integrada, dados espaciais ambientais do Distrito Federal. 

O sistema auxilia análises técnicas e tomadas de decisões relativas ao planejamento e à gestão do território para a promoção da sustentabilidade no DF.

Outra iniciativa brasileira, vem do Governo do Estado do Rio Grande do Sul  – a elaboração do Zoneamento Ecológico-Econômico do Rio Grande do Sul (ZEE-RS) integrando o sistema de planejamento do Estado com as informações necessárias à gestão do território. 

O projeto teve o financiamento do Banco Mundial, e auxilia no planejamento e ordenamento territorial. É um instrumento de subsídio para decisões sustentáveis nas áreas do desenvolvimento ecológico, econômico e social do estado. 

Com o ZEE-RS, são definidas políticas públicas, planos e programas entre regiões econômicas determinando o melhor uso dos recursos naturais. 

Vulnerabilidade das cidades às mudanças climáticas

O crescimento urbano desenfreado desencadeia a supressão de ecossistemas que é um dos principais fatores de queda da resiliência das cidades. Dessa forma, os afetados ficam  mais vulneráveis aos impactos negativos atuais e futuros, acentuados pelas mudanças climáticas, gerando aumento de calor, poluição do ar e inundações.

Entre os serviços ecossistêmicos mais importantes para o enfrentamento dos impactos das mudanças climáticas estão:

  • Provisionamento de água potável;
  • Regulação de eventos extremos do clima local, da qualidade do ar e da água, e da erosão;
  • O sequestro de carbono. 

A carência de conhecimento e informação sobre a  importância dos bens e serviços que  obtemos dos ecossistemas direta ou indiretamente, pode levar a decisões erradas que envolvem significativas perdas de capital natural. 

No processo de restauração, os custos são muito mais altos do que aqueles relacionados à preservação.

Sistemas urbanos vulneráveis às mudanças climáticas

A ocorrência de estresses climáticos resultam em efeitos cascata nos diferentes e interdependentes sistemas urbanos de infraestrutura, como os setores de água, saneamento, energia e transporte, por exemplo.

A vulnerabilidade desses setores pode variar de acordo com seu grau de desenvolvimento, resiliência e adaptabilidade. Assim, as variações climáticas agravam pressões já existentes, em especial nos países em desenvolvimento como o Brasil, onde existe uma enorme parcela da população ainda sem serviços básicos de saneamento, e onde o  tráfego das vias urbanas é precário e a segurança energética está constantemente em discussão.

Interferência na água

As mudanças nos regimes das chuvas podem interferir na quantidade e na qualidade dos recursos hídricos disponíveis para o abastecimento das cidades. As cidades são responsáveis pelo consumo de 22% do total da vazão de água captada no Brasil. 

Esse consumo perde apenas para a irrigação, equivalente a 55% do total captado.

Na oferta de energia

Em relação à energia, as cidades podem ser afetadas pela falta de oferta de energia no país, ligada ao aumento de consumo e indisponibilidade hídrica para geração de energia, como pelo impacto no sistema de distribuição devido a eventos climáticos extremos.

Assim como no caso da falta de água, a interferência das mudanças do clima sobre a energia pode impactar diretamente o funcionamento das cidades e sua economia. Os segmentos que são impactados em momentos de blackout/escassez nos centros urbanos são:

  • Trânsito caótico, transporte público por trens e metrôs paralisados;
  • Insegurança devido à interrupção na iluminação pública, serviços de telefonia, internet e saneamento;
  • Hospitais paralisados e inúmeros estabelecimentos comerciais fechados.

Impacto no transporte

Efeitos sobre a infraestrutura de transporte também são esperados devido a projeções relacionadas a mudanças no nível do mar, variações de temperatura, precipitação e a ocorrência de eventos climáticos extremos (incluindo chuvas intensas). 

Essas ocorrências aceleram a deterioração de estruturas, aumentam os riscos de interrupções no tráfego e acidentes, gerando impacto na economia das cidades.

Esses episódios costumam ser acompanhados de inundações e alagamentos, cujo sistema de drenagem urbana não consegue conter, e resultam assim em bloqueio das vias urbanas, danos a imóveis, entre outros transtornos.

Os estragos são geralmente atribuídos a uma manutenção não adequada e a práticas antigas, que podem ser feitas de forma correta e desse modo, representar medidas preventivas eficazes, como, por exemplo, manutenção de bueiros e sistemas de drenagem.

Alternativas de mitigação para as cidades se ajustarem às mudanças climáticas

Reformar a infraestrutura, costas, bairros, edifícios existentes e criar planos de adaptação para ambientes construídos mais verdes e saudáveis, são ações fundamentais, embora difíceis. Nas cidades europeias, menos da metade tem planos de adaptação climática em vigor; em todo o mundo, apenas 18% das cidades com população de mais de 1 milhão realizam esses projetos.

Grande parte das cidades brasileiras já tem problemas ambientais relacionados a padrões de desenvolvimento e transformação de áreas geográficas. Mudanças extremas no ciclo hidrológico devido ao aquecimento global tendem a ampliar os riscos existentes, causando inundações, deslizamentos de terra, ondas de calor severas e limitações no fornecimento de água potável para as populações. موقع رياضي

As possibilidades de mitigação relacionadas à limitação do aquecimento global e voltadas às intervenções humanas, visam a redução das emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE), bem como a ampliação de seus sumidouros. 

Abordagem integrada

Combinar medidas integradas como opção de mitigação é uma possibilidade e pode ser realizada em todos os principais setores das cidades, trazendo eficiência se combinarem medidas para reduzir o consumo de energia e a intensidade dos gases do efeito estufa.

Hoje, o maior potencial para redução das emissões em cidades no Brasil está no setor de energia, transporte e gestão de resíduos. Dentre as principais alternativas desses setores, podemos citar: 

  • Edificações e equipamentos modernos e ecoeficientes; 
  • Uso de tecnologias mais eficientes como a iluminação a LED nas áreas de iluminação pública;
  • Promoção do aumento da reciclagem de resíduos; 
  • Aumento da coleta e tratamento de efluentes;
  • Utilização de resíduos na geração de energia; 
  • Busca por um sistema de transporte mais sustentável, que inclua não apenas novas tecnologias, tanto de veículos como combustíveis e infraestrutura, mas também novas práticas e padrões de consumo.

Conheça agora as alternativas de adaptação para a infraestrutura urbana:

Energia e transporte

  • Reforço da infraestrutura de distribuição e transmissão de energia; 
  • Instalação de cabeamentos subterrâneos na rede de distribuição;
  • Diversificação das fontes de energia, dando preferência às renováveis;
  • Mudanças nos projetos, substituição e adequação de estruturas (pontes, estradas, postes, fiação, pavimentos, etc.);
  • Realocação e realinhamento de estradas, vias e linhas de distribuição;
  • Planos de emergência. Como por exemplo: fechamento de vias durante eventos extremos, rotas alternativas e equipes de atendimento).

Uso do solo, edificações e assentamentos

  • Criação de espaços verdes para melhorar a drenagem e reduzir o efeito de ilha de calor urbana;
  • Proteção das barreiras naturais e artificiais. Como por exemplo: criação de diques, zonas pantanosas e úmidas como tampão para conter o aumento do nível do mar, etc;
  • Revisão dos códigos de construção civil e regulamentos sobre o uso do espaço urbano. Como por exemplo: elevação dos edifícios em áreas sujeitas a inundações, uso de pavimentos permeáveis, obras de proteção às edificações, restringir a expansão de construções em áreas costeiras, etc;
  • Construções ecoeficientes com ventilação passiva.

Recursos hídricos

  • Eficiência do uso da água; 
  • Técnicas de armazenamento de água e conservação;
  • Reutilização da água; 
  • Dessalinização;
  • Aproveitamento de águas pluviais;
  • Rever e modificar as fontes superficiais e subterrâneas de captação e transferências de água;
  • Aumentar instalações/capacidade de armazenamento;
  • Recuperação das bacias hidrográficas.

Portanto, para combater os riscos climáticos, o planejamento urbano deve ser cada vez mais impulsionado pela saúde e bem-estar humanos e por tecnologia que possa dar suporte a ambientes urbanos vibrantes e verdes. 

Conheça projetos que vêm transformando cidades e capitais do Brasil.

Categorias

SOLUÇÕES INTELIGENTES PARA RESULTADOS TRANSFORMADORES

Transformação digital para negócios que visam alta performance.

Recent Posts

Você conhece a Codex?

Inscreva-se em nossa newsletter

E receba conteúdos exclusivos diretamente
na sua caixa de entrada.