Dados GIS: democratização e transparência para o desenvolvimento sustentável

Novas maneiras de olhar e solucionar questões antigas de gestão pública envolvem o uso da tecnologia, a maximização do valor dos recursos naturais e do capital humano. Ou seja, governos que investem nestes pilares com foco em sustentabilidade melhoram a qualidade de vida, protegem o ecossistema e potencializam os benefícios socioambientais a longo prazo.

Mas como alcançar esse nível de gestão e desenvolvimento? A resposta para essa complexa questão pode ser encontrada na geração, democratização e transparência dos dados GIS.

Gestores públicos estão investindo em dados baseados em GIS para formular políticas, monitorar, programar e operar projetos de desenvolvimento sustentável pelo mundo afora.

No Brasil, o Governo do Distrito Federal (GDF) e capital federal do Brasil, por meio da Secretaria de Meio Ambiente (Sema-DF), em parceria com o Projeto CITinova, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a Codex desenvolveram o Sistema Distrital de Informações Ambientais (SISDIA).

O SISDIA estabeleceu um marco de desenvolvimento para a agenda Ambiental de Brasília, a capital federal do Brasil, a partir da qualificação da base de dados existentes com a criação de uma infraestrutura de dados espaciais ambientais (IDE-A) focada nos processos de regularização ambiental, e nos atos de licenciamento, monitoramento e fiscalização

A concepção do projeto foi fortemente alicerçada na solução empresarial da plataforma Esri  por meio do ArcGIS Enterprise. Tal tecnologia possibilitou uma integração entre o banco de dados geográfico do DF e as aplicações finais desenvolvidas para o sistema.

Também utilizamos os aplicativos ESRI de Dashboard, StoryMaps, WebAppBuilder Developer e Experiencie Builder, que forneceram transparência e visibilidade para todas as informações geográficas relacionadas com as temáticas ambientais.

ArcGIS Enterprise na construção da sustentabilidade do Distrito Federal

Com o SISDIA, a sustentabilidade não se relaciona apenas com a administração dos recursos naturais, mas também com a gestão do futuro da sociedade como um todo, a indústria, o comércio, a economia, os recursos naturais disponíveis e a qualidade de vida.

Os termos-chave para essa sustentabilidade são: estratégia, inovação, ferramentas adequadas, visão de longo prazo, liderança transformadora e poder de tomar decisões.

O projeto de desenvolvimento do SISDIA envolveu cerca de 26 instituições e as atividades estiveram voltadas ao levantamento, tratamento e padronização de dados e metadados, além de diagnóstico da maturidade institucional, modelagem e implementação do banco de dados, processos de integração de dados (ETL), publicação de geoserviços, criação do portal do SiSDIA e de um sistema de informações geográficas.

Os principais problemas resolvidos com a implementação da solução ArcGIS Enterprise foram no âmbito da centralização da informação geográfica das instituições envolvidas, eliminando antigos fluxos nos quais os dados geográficos eram armazenados localmente nos computadores.

A partir da implementação do Enterprise, todos os dados das instituições foram padronizados e armazenados no Enterprise Geodatabase, criando assim um repositório único para os dados geográficos.

Vantagens na utilização da tecnologia GIS para o projeto do SISDIA

A implementação de um GIS corporativo para a gestão pública promoveu a padronização, a sustentação da base de dados a longo prazo, maior segurança técnica e jurídica, além de proporcionar uma articulação institucional por meio de uma plataforma única, levando confiabilidade à informação geográfica.

Outro ponto importante, foi a definição das autorias institucionais, minimizando os riscos de uso de dados não validados ou sobrepostos, o que a médio e longo prazo propiciará a economia de recursos e justificando melhor os investimentos públicos.

Problemas minimizados com o uso do GIS

A metodologia proposta para a execução do projeto foi amplamente discutida, tornando possível a validação de todos os dados geográficos coletados entre as instituições públicas e privadas que fizeram parte do projeto.

A implementação do sistema promoveu novos procedimentos de automatização que trouxeram agilidade e confiabilidade para as rotinas de manipulação de dados, com o uso de scripts em Python e de ferramentas específicas da plataforma ArcGIS, como o Data Interoperability.

Com isso, os dados repetidos ou desatualizados, puderam ser confrontados no intuito de analisar as informações, formando assim um banco de dados geográficos atualizado e validado ao longo do projeto.

Dificuldades

Com relação às dificuldades iniciais encontradas no desenvolvimento do projeto podemos citar:

  • Necessidade de realização de acordos de cooperação técnica para articulação institucional e o uso compartilhado dos dados;
  • Em um segundo momento, o problema estava centrado no levantamento de uma grande quantidade de informações dispersas, com diferentes formatos e sem metadados, visando apresentar uma visão corporativa do acervo de informações nos processos de regularização ambiental, e dos atos de licenciamento, monitoramento e fiscalização.

Democratização do acesso padronização do fluxo e melhora na gestão dos dados

Os resultados da implantação do projeto SISDIA vão desde a melhoria da gestão dos dados até uma padronização do fluxo da informação e uma melhor forma de compartilhamento do que é realizado pela SEMA-DF e demais instituições.

A padronização e disponibilização das camadas geográficas para o público, foi o principal objetivo do projeto, com foco na tomada de decisão orientada por dados e inteligência geográfica, que contou com a exploração de todas as aplicações da Esri, trazendo os dados como o grande protagonista da IDE-A do Distrito Federal.

GIS para a promoção da comunicação entre governo e sociedade

O SISDIA foi planejado para promover a comunicação entre governo e sociedade. Dessa forma, coloca o Distrito Federal na frente dos outros estados brasileiros, ao tratar a informação ambiental como algo relevante, essencial e aberto a todos os cidadãos.

Portanto, no caso do SISDIA, a informação geográfica foi a chave para uma melhor tomada de decisão, sobretudo quando praticamente tudo que uma comunidade, empresa ou órgão público realiza, seja nas operações do dia a dia ou no planejamento de longo prazo, está relacionado à sua geografia.

O projeto pode ser útil de diferentes formas:

  • Como uma ferramenta estratégica para melhorar os serviços prestados à sociedade;
  • Como subsídio para a integração entre políticas públicas e sua execução, a partir de dados de qualidade;
  • Ou ainda, orientando a tomada de decisão focada em dados, visando trazer segurança técnica e jurídica para os gestores públicos.

Além disso, os dados podem ser acessados por qualquer cidadão, trazendo com isso, transparência das informações e incentivo e  por meio de um portal exclusivo, com uma interface moderna, criada em conjunto com a SEMA-DF, disponível no endereço: https://sisdia.df.gov.br/home.

Pelo portal os usuários têm acesso desde a StoryMaps com a história do DF, através de 2 atlas interativos, repositório para download de dados e metadados, assim como o aplicativo web para visualização das camadas geográficas criado especificamente para o projeto (https://sisdia.df.gov.br/webgis/).

Módulos especialistas

O SISDIA conta com módulos especialistas para licenciamento, monitoramento e fiscalização em que foram utilizadas tecnologias disruptivas, com insights de machine learning e plataformas tecnológicas geoespaciais, além da plataforma ArcGIS Enterprise.

Esses Módulos Especialistas têm foco em temas e processos específicos como desmatamento e queimadas, organizados em fluxos e procedimentos. Estão previstos também, os Módulos Especialistas de Espacialização de Normas (e-Normas), de Qualidade em Projetos Urbanos e de Monitoramento e Controle do Território.

O portal disponibiliza estudos elaborados como:

  • Projeções climáticas para o DF e Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride);
  • Índices de Sustentabilidade nas bacias do Descoberto e Paranoá;
  • Mapeamento da cobertura vegetal e do uso do solo no Distrito Federal;
  • Diagnóstico sobre a contaminação do antigo Lixão;
  • E o Inventário de Clima atualizado até 2018.

O SISDIA armazena e compartilha, de forma pública, gratuita, integrada e segura, dados espaciais e informações ambientais de todo o Distrito Federal. Os dados são produzidos e atualizados por diversos órgãos governamentais, propiciando uma gestão ambiental mais transparente e participativa.

Além de informações ambientais e dados espaciais, o SISDIA oferece ferramentas modernas de geoprocessamento, promovendo segurança técnica e jurídica no planejamento de políticas públicas e atos autorizativos, como licenciamento ambiental e ocupação do solo, relacionados à gestão dos estoques de recursos naturais no DF e suas relações com as pessoas.

Geoprocessamento e mudança na gestão do conhecimento

O SISDIA foi planejado para promover a comunicação entre governo e sociedade. Dessa forma, coloca o Distrito Federal na frente dos outros estados brasileiros, ao tratar a informação ambiental como algo relevante, essencial e aberto a todos os cidadãos.

Com a disponibilização de forma aberta e gratuita dos dados espaciais ambientais, o Distrito Federal realiza um grande feito em favor da democracia. Durante o lançamento do sistema, o professor representante da Universidade de Brasília (UNB), Henrique Zuchi, explicou que o Sisdia representa o geoprocessamento levado ao extremo.

“O Sisdia nos fez evoluir com a criação de um sistema que tem a tripla função de estar à disposição de servidores públicos, da sociedade, que precisa entender seu território e, o mais importante, promover a conexão entre ciência, tecnologia e academia”.

Para o secretário do Meio Ambiente do DF, Sarney Filho, a tecnologia vem promovendo a mudança na gestão do conhecimento, e essa visão orientou a escolha dos conceitos, pressupostos e recursos utilizados para a construção e implementação do SISDIA.

“A transformação tecnológica requer uma mudança na forma de conceber e gerenciar o conhecimento, evoluindo da retenção setorizada da informação para seu amplo compartilhamento entre equipes de trabalho e com a população”, explica o secretário.

Olhando para o futuro

Para a subsecretária de Gestão Ambiental e Territorial (Suest) da Sema, Maria Sílvia Rossi, o Sisdia contribui para a transformação digital do Estado, unindo recursos de inteligência geoespacial e automação com ciência de dados.

Desse modo, o Sistema de Informação vem sendo atualizado e preparado para ser no futuro, mais do que um banco de dados espaciais, e se tornar um Big Data. “Existem outros conjuntos de informações, que dentro de alguns anos será possível desenvolver a capacidade preditiva, mediante a utilização de aprendizagem de máquina (machine learning), automação e inteligência artificial”, revela a subsecretária.

Portanto, isso tudo faz com que o desenvolvimento do DF, cada vez mais, aconteça dentro dos princípios que se destinam a ajudar a explorar profundamente a responsabilidade em criar produtos e serviços verdadeiramente alinhados com a sustentabilidade e voltados à qualidade de vida e aos melhores interesses da humanidade.

Promoção da comunicação entre governo e sociedade

Portanto, no caso do SISDIA, a informação geográfica foi a chave para uma melhor tomada de decisão. Praticamente tudo que uma comunidade, empresa ou órgão público faz, seja nas operações do dia a dia ou no planejamento de longo prazo, está relacionado à sua geografia.

Os exemplos de uso são:

  • O GIS pode permitir que os planejadores de emergência calculem facilmente o tempo de resposta à emergência e o movimento dos recursos de resposta (para logística) no caso de um desastre natural;
  • O GIS pode ser usado para encontrar áreas úmidas que precisam de estratégias de proteção em relação à poluição;
  • Entre outros.

Para saber mais sobre nossos projetos, entre em contato conosco!

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