Líquido zero foi um dos termos mais utilizados, comentados e discutidos durante a 26.ª conferência das partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26) realizada entre 1 e 12 de novembro de 2021 na cidade de Glasgow, na Escócia. Mas voltando à expressão líquido zero, o que ela significa exatamente?
Simplificando, o zero líquido se refere ao equilíbrio entre a quantidade produzida de gás de efeito estufa e a parcela removida da atmosfera. Chegamos a zero líquido quando o valor que adicionamos não é maior do que a quantidade retirada. Mas como podemos conseguir isso e por que isso importa?
Siga a leitura que mostraremos para você!
O que é mudança climática?
As evidências mostram que nosso planeta está ficando mais quente. Os 20 anos mais tórridos registrados foram nos últimos 22 anos, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial, e os quatro anos mais quentes são todos muito recentes: 2015 a 2018. As temperaturas médias globais estão agora 1 ℃ mais altas do que na era pré-industrial.
Um grau não parece muito, mas a realidade é que esse aquecimento incremental já está tendo um impacto negativo. Além do mais, se as tendências recentes continuarem, isso deve piorar, com previsões de aumento das temperaturas globais em até 3-5 ℃ até 2100.
Mesmo com esse pequeno aumento nas temperaturas globais, estamos sentindo os efeitos da mudança climática, incluindo: ondas de calor; inundações e fortes tempestades; perda de gelo polar; e, aumento do nível do mar. Isso só vai piorar se o aquecimento global se intensificar.
O que está causando a mudança climática?
É amplamente reconhecido por cientistas e governos que a mudança climática está sendo desencadeada por níveis mais altos de gases de efeito estufa na atmosfera. Seu nome deriva do efeito criado ao aquecer a superfície da terra e o ar acima dela. Isso é causado por gases que prendem a energia do sol. Os gases de efeito estufa mais comuns são vapor d’água, dióxido de carbono e metano.
O dióxido de carbono é o mais perigoso e abundante dos gases de efeito estufa, e é por isso que reduzir as emissões de carbono, as pegadas ou buscar alternativas de baixo carbono são sugeridos como formas de lidar com as mudanças climáticas.
Como podemos pará-la?
O excesso de gases de efeito estufa na atmosfera está provocando um aquecimento global prejudicial, portanto, reduzir a quantidade deve ajudar no combate às mudanças climáticas. Isso pode ser feito de duas maneiras:
Diminuindo as emissões que enviamos para a atmosfera, a partir de atividades como processos industriais, geração de energia, transporte e agricultura intensiva; e removendo as emissões de gases de efeito estufa da atmosfera, por exemplo, capturando o carbono criado durante os processos industriais antes de ser liberado ou plantando mais árvores.
O que significa ser líquido zero?
Zero líquido significa alcançar um equilíbrio entre os gases de efeito estufa lançados na atmosfera e aqueles que são retirados.
Pense nisso como um banho – abra as torneiras e adicione mais água, retire a tampa e a água escorre. A quantidade de água no banho depende da entrada das torneiras e da saída através do ralo. Para manter a quantidade de água no banho no mesmo nível, você precisa se certificar de que a entrada e a saída estão equilibradas.
Chegar a zero líquido aplica o mesmo princípio, exigindo que equilibremos a quantidade de gases de efeito estufa que emitimos com a quantidade que removemos. Quando o que adicionamos não é mais do que o que retiramos, chegamos ao zero líquido.
Este estado também é conhecido como neutro em carbono; embora emissões zero e carbono zero sejam ligeiramente diferentes, já que geralmente significam que não foi produzida nenhuma emissão.
Qual a diferença entre zero bruto e zero líquido?
Dado o impacto que as emissões de carbono têm em nosso planeta, você pode se perguntar por que não estamos visando zero, ou zero bruto, em vez de zero líquido.
Zero bruto significaria interromper todas as emissões, o que não é realisticamente alcançável em todos os setores de nossas vidas e da indústria. Mesmo com os melhores esforços para reduzi-los, ainda haverá algumas emissões.
O zero líquido analisa as emissões em geral, permitindo a remoção de quaisquer lançamentos inevitáveis, como as da aviação ou da manufatura. A remoção dos gases de efeito estufa pode ser feita pela natureza, à medida que as árvores retiram dióxido de carbono da atmosfera, ou por meio de novas tecnologias ou processos industriais variáveis.
Portanto, como vimos, o zero líquido é importante porque é a melhor maneira de enfrentar as mudanças climáticas, reduzindo o aquecimento global.
O que fizermos na próxima década para limitar as emissões será crítico para o futuro, e é por isso que cada país, setor, indústria e cada um de nós devemos trabalhar juntos para encontrar maneiras de reduzir o carbono que produzimos.
