O metaverso vive um momento decisivo. Atores importantes estão assumindo compromissos e investimentos. Os sistemas estão se formando. Muitas novas oportunidades estão se abrindo, e algumas estão fechando.
Neste cenário, não devemos focar apenas em como construir a sustentabilidade ambiental. Devemos também perguntar como podemos aproveitar esta oportunidade para garantir que os novos mundos virtuais que se relacionam no metaverso não carreguem simplesmente as dimensões sociais insustentáveis do mundo atual.
Existe a oportunidade de projetá-lo desde o início para inclusão social e equidade entre muitas partes interessadas, em vez de deixá-lo se tornar o domínio daqueles que detém recursos financeiros e com acesso. Mas como isso pode ser feito? Saiba na sequência da leitura.
O QUE É O METAVERSO E COMO PODE IMPACTAR O SOCIAL?
O metaverso é um novo mundo digital em que pode ser possível uma experiência imersiva. As pessoas podem existir como personagens digitais (avatares) que podem viajar em um espaço digital tridimensional para participar de reuniões, exercícios, compras, apostas e até mesmo jogar no metaverso.
Os comerciantes podem criar lojas virtuais, contratar lojistas e vender mercadorias e serviços para avatares-seres humanos. Empresas e organizações podem agendar reuniões, independentemente de suas localizações reais
O metaverso é “uma rede integrada de mundos virtuais 3D”. Esses mundos são acessados por meio de um headset (óculos) de realidade virtual – os usuários navegam usando seus movimentos oculares, controladores de feedback ou comandos de voz. O fone de ouvido mergulha o usuário, estimulando o que é conhecido como presença, que é criado ao gerar a sensação física de estar realmente ali.
Mas, como podemos tornar esse mundo melhor do que o que temos agora? Não há respostas fáceis, e nenhum ator detém a solução. Exigirá intenção e colaborações amplas e diversificadas entre empresas, reguladores, investidores, academia e organizações da sociedade civil.
CONSIDERAÇÕES ESG NO METAVERSO
Então, empolgado para entrar na nova era do Metaverso? Atente-se, porque essa entrada deve ser acompanhada por considerações relacionadas a Meio Ambiente (E), Social (S) e Governança (G), as três letras (ESG) que regem os investimentos sustentáveis.
Ambientalmente, o novo universo terá um tráfego pesado de rede e processamento de dados, o que aumentaria o consumo de eletricidade. A ETLA Economic Research estimou que o uso de energia da indústria de TIC pode aumentar até 14% o consumo anual global de energia dentro de uma década. Essa estimativa é baseada em tecnologias existentes e não levou em consideração o aumento no consumo de dados e energia de novas tecnologias em IA, IoT, VR, Metaverse, entre outros.
Por outro lado, haverá menos desperdício de material à medida que edifícios e infraestrutura virtuais estão sendo construídos no mundo virtual, em oposição ao consumo abundante de recursos e materiais de construção no mundo físico. Como reuniões e atividades sociais já estão ocorrendo no Metaverso. Menos viagens são esperadas e, portanto, deve ocorrer uma redução das emissões de carbono no deslocamento físico por diferentes modos de mobilidade.
O transporte é responsável por cerca de 20% das emissões globais de dióxido de carbono (24% se considerarmos as emissões de CO2 apenas da energia) e as viagens rodoviárias são responsáveis por 75% das emissões dos transportes. Os benefícios ambientais do desenvolvimento do Metaverso devem ser capazes de superar as desvantagens.
COMO FICA A EQUIDADE E INCLUSÃO NO METAVERSO
Outra importante colaboração é entre as empresas de tecnologia e o conjunto diversificado de usuários em potencial para entender o que eles realmente precisam e desejam no que se refere a tecnologia, para que ela possa se tornar acessível e equitativa ao metaverso.
A educação é um domínio onde essas vertentes da tecnologia e da colaboração das partes interessadas podem se unir para criar inclusão e equidade.
Embora ele corra o risco de aumentar as diferenças de renda, pode também se tornar um meio de acabar com elas, tornando a educação facilmente acessível a pessoas de todo o mundo. Imagine as possibilidades de uma universidade metaverso oferecendo o poder de experiências imersivas e colaboração virtual para jovens, independentemente de sua renda ou localização.
OS NEGÓCIOS DEVEM LIDERAR NA FORMAÇÃO DE UM METAVERSO SUSTENTAVEL
Devemos agir, sem nos deixar simplesmente observar o metaverso tomar forma. Existem vários futuros possíveis, e soluções para criar um universo projetado para a sustentabilidade ambiental no mundo físico e o florescimento humano no virtual.
Esse mundo abre novas dimensões da sustentabilidade, e agora é a hora do ESG liderar neste momento crítico, alavancando sua inovação, convocando poder e investimento.
Um bom começo é trabalhar em conjunto com as partes interessadas para desenvolver uma visão do metaverso que se quer e precisa, projetando uma estratégia de retorno para o futuro.
Em resumo, esse novo mundo também promete reduções de carbono substituindo bens e experiências físicas por virtuais, otimizando e superando barreiras comportamentais à ação climática com experiências imersivas. A sustentabilidade social é igualmente importante e é preciso garantir que o metaverso seja acessível, inclusivo e equitativo para todos.
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