O ESG já é grande e não para de crescer. De acordo com previsões do Bank of America, outros US$ 20 trilhões devem fluir para fundos ESG nas próximas duas décadas, que a empresa chamou de “tsunami de ativos”.
Essas estratégias não são novas. O termo “ESG” foi cunhado em 2004 e a ideia de investir com um objetivo mais amplo existe há décadas. Mas, embora essa abordagem já tenha sido uma exceção, agora está se tornando a norma.
Mais de 2.250 gestores de dinheiro que supervisionam coletivamente US$ 80 trilhões em ativos já aderiram aos Princípios para Investimento Responsável, apoiados pelas Nações Unidas.
Com todos esses investimentos, não parece que o ESG é um investimento breve, não é? Neste post, vamos contextualizar o futuro do ESG e explicar porque ele é o futuro dos investimentos. Boa leitura!
ESG: DE TODAS AS MANEIRAS UM BOM E PROMISSOR INVESTIMENTO
Tradicionalmente, alguns argumentavam que adotar a abordagem ESG poderia significar sacrificar os retornos. Mas as pesquisas sugerem o contrário.
Não faltam maneiras de abraçar um estilo ESG, mas talvez a forma mais básica – comprar ETFs -Exchange Traded Funds (Fundos de Investimento que captam recursos para aplicar em carteiras focados em ESG que rastreiam índices – mostrou gerar retornos semelhantes aos seus benchmarks).
Dentro do investimento sustentável, os estilos variam desde a integração ESG até o investimento socialmente responsável e o investimento de impacto.
Simplificando, o principal fator na integração ESG ainda é o desempenho financeiro, enquanto o investimento de impacto visa maximizar, com um resultado quantificável, o alcance social.
O investimento socialmente responsável está em algum lugar no meio.
RETORNOS CRESCENTES E FUNDOS ESTÁVEIS
Os dados sobre o investimento financeiro em ESG contam uma história de crescimento, ou seja, 65% dos fundos sustentáveis recentemente estiveram na metade superior da categoria na Morningstar, e 48% dos fundos sustentáveis combinados de grande capitalização tem superado o S&P 500 (índice baseado em valor de mercado).
Em comparação, no geral, apenas 26% dos fundos mistos de grande capitalização estão batendo o mercado.
Os números de longo prazo mostram uma tendência semelhante.
A Morgan Stanley analisou o desempenho de quase 11.000 fundos focados em ESG de 2004 a 2018, usando dados da Morningstar, e descobriu que o desempenho era comparável ao de seus pares não focados em ESG.
Dessa forma, se constata que os retornos dos fundos sustentáveis estão alinhados com os dos fundos tradicionais, ao mesmo tempo em que oferecem menor risco de queda para os investidores.
Além disso, em um mercado incerto, os fundos sustentáveis podem oferecer uma camada de estabilidade para investidores que buscam reduzir a volatilidade.
ESTRATÉGIAS ESG
Há muitas maneiras de incorporar estratégias ESG em um portfólio, e uma coisa com a qual quase todos concordam é que não existe uma abordagem de única.
De acordo com a Global Sustainable Investment Alliance, as telas negativas e baseadas em normas estão entre as abordagens mais comuns.
A primeira significa evitar totalmente uma categoria de estoques – tabaco, por exemplo – enquanto a segunda se baseia no cumprimento de padrões internacionais estabelecidos por organizações como a OCDE ou o Pacto Global das Nações Unidas.
A integração ESG é outro método popular que está ganhando força.
É quando um investidor leva em consideração o perfil ESG de uma empresa – e quaisquer riscos potenciais – como um dos fatores avaliados ao considerar comprar ou não uma ação.
Essa análise pode ser feita de forma independente e também há várias agências que fornecem pesquisas e emitem “pontuações” ESG.
O ativismo dos acionistas com foco em ESG também está ganhando força, principalmente porque os investidores apelam às maiores empresas de gestão de investimentos e às vezes, ao maior acionista de uma empresa para pressionar por mudanças.
De um modo geral, a primeira prioridade para as estratégias de integração ESG continua sendo o desempenho financeiro, enquanto o foco do investimento de impacto é o maior alcance social possível.
ESCOLHENDO UM PORTFÓLIO SUSTENTAVEL
Quando se trata de avaliar ações específicas, as coisas podem ficar complicadas. Existem algumas empresas que obviamente se enquadram no “E”, “S” ou “G”, mas a imagem holística pode ser mais difícil de analisar.
Existe uma procura por empresas com perfis de sustentabilidade muito fortes, com vantagens competitivas sustentáveis, isso inclui uma excelente governança corporativa, e organizações que tratem bem seus funcionários, interajam de forma positiva nas comunidades onde estão localizadas entre outros.
O QUE IMPULSIONA O SURTO ESG?
O principal fator por trás do aumento dos investimentos em ESG é provavelmente a demanda dos investidores por clareza quando se trata da posição de uma empresa em questões sociais, bem como as consequências financeiras significativas que uma empresa pode enfrentar se não se adaptar às mudanças no comportamento do consumidor.
A Europa tem liderado quando se trata de ESG, e uma nova onda de regulamentação deve acelerar a forma como os gestores de investimento consideram os fatores ESG.
O Credit Suisse descobriu que mais de 85% das empresas do S&P 500 agora divulgam informações ESG, contra apenas 20% em 2013, pois os investidores globais estão cada vez mais engajados com o conceito de investimento responsável, que pontuam bem nas métricas de ESG, com consequências mais acentuadas para aqueles que não têm.
Embora muitos argumentem que ainda há muito a ser feito para atingir as metas de sustentabilidade de longo prazo, enfatizamos que o foco crescente nelas por parte dos investidores e do público em geral está começando a ter um impacto real.
Sendo assim, o investimento em ESG pode ter começado com objetivos morais num primeiro momento, mas à medida que a sociedade muda, agora é visto como uma métrica imperativa ao analisar o potencial futuro de uma empresa.
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